Estudante assassinado durante a ditadura é homeageado

tNo dia 15 de julho de 2009 foi inaugurada, na Universidade de Brasília (UNB), uma escultura em homenagem à Honestino Guimarães. A obra, criada pela artista plástica gaúcha Cristina Pozzobon, faz parte do Projeto Direito à Memória e à Verdade da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH). A Fundação Luterana de Diaconia (FLD) e a Agência Livre para Informação Cidadania e Educação (Alice) são parceiras neste projeto, além da Unição Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes (UBES) e a própria Universidade de Brasília (UNB) que cedeu o local para a homenagem.

Estiveram presentes na homenagem o reitor da universidade, Jose Geraldo de Sousa Junior e o Ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República.

Quem é Honestino Guimarães (1947-1973) 
 
Goiano de Itaberaí, Honestino foi casado com Isaura Botelho Guimarães, com quem teve a filha Juliana. Sua militância iniciou no Colégio Elefante Branco, em Brasília, apelidado durante o regime militar de Elefante Vermelho, devido ao engajamento político de seus estudantes. Com 17 anos, passou no vestibular de Geologia na UNB, obtendo o primeiro lugar entre os vestibulandos de todos os cursos. 

Já envolvido no movimento estudantil, foi presidente do Diretório Acadêmico da Geologia e, durante uma de suas prisões, sem se candidatar, foi eleito presidente da Federação dos Estudantes da Universidade de Brasília (FEUB). Foi também presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), depois da prisão de Jean Marc von der Weid (o presidente anterior), em Ibiúna – SP.

Em 1966, foi preso pela primeira vez. Em 1968, uma violenta e desastrosa invasão policial no campus da UNB teve como um de seus objetivos localizar Honestino, que foi preso sob intensa pancadaria.
Foi sua prisão mais longa e, depois de solto, passou a viver na clandestinidade, sendo, dessa forma, impedido de concluir os últimos três meses que faltavam para se formar geólogo. Três dias antes da edição do AI-5, deixou Brasília e se escondeu em Goiânia. Neste período, a casa de seus pais chegou a ser invadida mais de dez vezes por agentes policiais.

Entre 1969 e 1972, Honestino viveu em São Paulo, desempenhando as atividades de dirigente da UNE e militante da Ação Popular (AP). No final de 1972, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi preso pelo CENIMAR em 10 de outubro de 1973. Seu nome consta na lista de desaparecidos políticos do Anexo da Lei nº 9.140/95. Quando foi morto, fazia parte da Ação Popular Marxista Leninista (APML), ao lado de Paulo Stuart Wright, Umberto Câmara Neto e outros militantes. 

Antes de ser preso e morto, Honestino escreveu uma mensagem pública denunciando que os órgãos de segurança do regime militar já tinham mandado recados de que seria morto se localizado. 

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