Oriente Médio visto por artistas visuais gaúchos

Um pé torcido nas pirâmides do Egito. Uma madrugada desorientada diante de um endereço escrito em árabe. Cenas que parecem cartuns em plena rua como um homem vestido com roupas de ocidental rico moderno acompanhado por uma mulher de burca negra carregando uma bolsa com a sensual imagem de Marilyn Monroe. Uma Istambul ocidentalizada, quase sem vestígios religiosos, mas com gatos semi- sagrado espalhados por todos os cantos da cidade. Um campo de refugiados libanês com mais de 40 mil pessoas. Fiéis islâmicos com marcas escuras na testa devido às fricções da cabeça no chão durante as cinco orações diárias.

Especialistas no traço, os cartunistas Moacir Gutterres – o Moa -, Rafael Corrêa, e o artista visual Amaro Abreu contaram suas andanças pelo Oriente Médio por meio de cenas “desenhadas” com palavras. Eles participaram do encontro “Te orienta, rapaz”, promovido pela ALICE no Bar Carmelita (Travessa do Carmo, 54), em 9 de julho. Os dois primeiros viajaram a Istambul por conta das premiações no Aydin Dogan Internacional Cartoon Competition, da Turquia, e Amaro devido a uma residência de três meses promovida pela Conexus Project: Connecting People Through Art. Organizado pela Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação (ALICE), o evento teve entrada franca e aconteceu no Bar Carmelita (Travessa do Carmo, 54), em 9 de julho.

O trio teve muito o quê contar pois, por conta da habilidade no traço, exibe uma coleção de carimbos nos respectivos passaportes. Moa, por exemplo, possui uma caudalosa lista de prêmios nacionais e internacionais. Formado em Jornalismo, começou a desenhar profissionalmente em 1986, tendo publicado em O Pasquim 21, em jornais, revistas, cartilhas didáticas e mídias eletrônicas. É autor do livro “Planetinhas” e integrou a equipe de criação do longa-metragem de animação “As Aventuras do Avião Vermelho”, com roteiro baseado no livro homônimo de Erico Verissimo.

Cartunista, quadrinista, designer e blogueiro, Rafael Corrêa também tem a sua coleção particular de prêmios. Ele é autor do personagem “Artur, o Arteiro” que lhe rendeu dois livros, assinando, ainda, “Criatura”, “Sapatiras” e “Memórias de um Esclerosado”.

O artista plástico porto-alegrense Amaro Abreu colocou o Brasil entre os melhores trabalhos de arte urbana do mundo, segundo o Support Street Art. Aquarelista e grafiteiro, Amaro é autor do livro “Habitat” e já realizou seis exposições, sendo selecionado para diversos eventos internacionais de grafite como o Meeting Of Styles. Recentemente, fez uma residência de três meses no Egito Líbano e Índia.

O encontro “Te Orienta, rapaz” dá início a um novo projeto da ALICE, que promoverá bate-papos com pessoas de diferentes profissões e idades, mas com experiências relevantes para compartilhar. “A diversidade, a singularidade e a relevância humana serão nossa pauta”, resume Cristina Pozzobon, mediadora dos encontros.

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